Sunday, 2 November 2014

Ventura Pereira - Mulher! (1960)

(Da conferência do autor sobre sobre ‘Terra Bendita’ de Pearl Buck)

Não é no infrene rodopio de danças
E no ruído e frenesi de folganças;
Não é ao ritmo cadenciado de tangos vaporosos
Nem nos teatros à ribalta de camarotes luxuosos,

Que tu és bela, ó Mulher deste século de enganos
Não é nos salões doirados que tu brilhas e irradias,
Nem com figurinos exóticos e cosméticos ufanos,
Que a tua beleza e elegância evidencias;

Mas és bela quando o perfume e fulgores da Virtude
Espalhas alegria qual anjo do lar em plena magnitude.

És grande quando amparas do pai e da mãe a velhice
E quando acodes na pobreza os infelizes;
És sublime quando velas à cabeceira de enfermos as crises
E sempre que o teu coração ao pronto alheio se abrisse.

Então, sim, és realmente bela, grande e sublime,
Cantando a Canção do Trabalho e a alegria do Lar,
Atenuando o infortúnio e aliviando o penar
Suavizando o sofrimento e a dor que oprime;

E cuidando o teu espírito e minimizando de outros os ais,
Avocas em abundância as bênçãos divinas,
E elevando as almas a DEUS, te sublimas
E te elevas a ti as alturas celestiais.

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