Dizem que sou
velho,
Mas faço, aqui,
poesia!
E que fiz durante
toda a vida?
Fiz prosa e levei
vida prosaica!
Experimentei o
mundo,
Vi os bons e os
maus,
Observei a
natureza,
Os ricos e os
pobres,
Os velhos e os
novos,
Acumulei tudo,
digeri tudo!
E, como um
montanhês,
Fui rude e forte
Mas insensível às
delicadezas da vida,
Porque o espírito
se deleitava
Em ver da vida as
rudezas
E, também, os
contrastes chocantes
E os seus
acidentes e os contornos.
Agora sou velho,
como dizem,
E eu acredito,
Vejo nos meus
olhos do meu netinho
O tesouro dos céus
E no seu sorriso
O tesouro da
terra!
Ele, o meu
netinho
Observa,
encantado,
O céu, o sol, a
lua,
As aves e as árvores,
Os cães e os
gatos,
Olha-os, enfeitiçado,
E se ri e se
move,
E agita as mãos
E, de olhos
radiantes,
Pronuncia uma sílaba
E faz poesia!
Ensinou-me, pois,
o meu netinho
A ver e sentir a
poesia do Universo!
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