Goa,
bebe a luz
do facho da Liberdade
a longos haustos
se os quiseres.
Mas filha,
às pregas desse teu sari
desarranjado.
Se quiseres,
põe carmim
nessa tua boca,
pálida e sofredora.
Mas disfarça um nadinha
nas dobras do pallav
o alvoroço
que te vai a alma.
Se quiseres,
vai,
mistura-te na manhã
e azula
o sonho sidéreo
do Vagueri sonhador...
Depois,
devagarinho
arrastando o sari
verde lentejoilando,
junto ao espelho do Mandovi,
empoa-te, filha,
na doirada poeira
que jorra
desse poente
incandescente.
À noite,
se quiseres,
inda podes brincar,
alegre,
cozendo ao sari
de cacimba-húmida
a leitosa espuma
da cascata sempre a dar...
Mas menina,
sê cautelosa!
manda a brisa, tua amiga,
dizer ao velho Himalaia
que cerre a cortina dos Gates,
que ventos insólitos
te podem arrancar
com fúria libidinosa,
gananciosa
pedaços
desse teu pobre manto...
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