... O Mar vinha cansado e bramia...
Enrolada num calmo entardecer,
A praia ouvia-lhe os gemidos amodorrados
Num suave estremecer de colorações de anil...
Escutava, serena, os ralhos de um pai já velho,
Que a roda dos tempos tornara rabujento,
Num gesto condescendente de filha submissa.
Eram os soluços de sempre!
... A lassidão de um monstro que, enganado correu mundo.
Soçobrou embarcações e náufragos,
Enraivecido flagelou rochedos
E arrancou do seio escaldante dos desertos
Maldições terríveis e segredos;
A confissão sincera de um penitente
Que, manso, vai pedir durante a noite
O perdão álgido de remotas areias e paragens;
A alegria infantil, a ingenuidade
De um colosso poderoso
Que brincava com as árvores da beira-mar
E as arrancava
Julgando inocente o seu brincar;
Em suma, o grito de revolta de um ser ludibriado
Que, depois de correr todo o mundo, cai em si,
E encontra corpo seu onde tinha começado...
... É noite alta. A praia escuta. Os búzios repetem,
Fiéis trombetas à ordem do Mar. Só as palmeiras vizinhas,
De cabeleira desgrenhada, parecem discordar,
As suas palmas dançando na aragem
Assobiam mansinho, numa pateada surda,
Os feitos do Velho Mar!
Enrolada num calmo entardecer,
A praia ouvia-lhe os gemidos amodorrados
Num suave estremecer de colorações de anil...
Escutava, serena, os ralhos de um pai já velho,
Que a roda dos tempos tornara rabujento,
Num gesto condescendente de filha submissa.
Eram os soluços de sempre!
... A lassidão de um monstro que, enganado correu mundo.
Soçobrou embarcações e náufragos,
Enraivecido flagelou rochedos
E arrancou do seio escaldante dos desertos
Maldições terríveis e segredos;
A confissão sincera de um penitente
Que, manso, vai pedir durante a noite
O perdão álgido de remotas areias e paragens;
A alegria infantil, a ingenuidade
De um colosso poderoso
Que brincava com as árvores da beira-mar
E as arrancava
Julgando inocente o seu brincar;
Em suma, o grito de revolta de um ser ludibriado
Que, depois de correr todo o mundo, cai em si,
E encontra corpo seu onde tinha começado...
... É noite alta. A praia escuta. Os búzios repetem,
Fiéis trombetas à ordem do Mar. Só as palmeiras vizinhas,
De cabeleira desgrenhada, parecem discordar,
As suas palmas dançando na aragem
Assobiam mansinho, numa pateada surda,
Os feitos do Velho Mar!
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