Na traseira da Capela,
Estava a linda
anoneira,
Com sua viçosa
umbela,
Sempre farta e
fruteira.
Dava, pois,
abundante fruto,
Sem proveito ao
proprietário
Livre era esse
seu produto
Para todo o
mandatário.
Assim foi ela
crescendo
Dando-se em linda
árvore,
Da terra a seiva
bebendo,
Fez-se coluna de
mármore.
Dava sempre muito
fruto,
Volumoso,
saboroso,
Da anoneira o bom
produto
Fascinava o cobiçoso.
A árvore tinha
seu Senhor,
Bom, manso,
despretencioso,
De bens vivendo
ao promor,
Satisfeito,
orgulhoso.
Não rendava ele a
anoneira,
Nem recolhia o
seu fruto,
Perdia desta
maneira
O valor do seu
produto.
Fez nascer ao
ambicioso
O sexto sentido seu,
De galdir, o
delicioso
Bem, cobrindo-o
de negro véu.
Desta maneira, a
anoneira,
Foi pertencer ao
terceiro,
Da Capela na
traseira,
P’las artes do
trapaceiro.
Com isto ninguém
se importou
Desta sorte, ela,
a anoneira,
Forçada, a outro
dono entrou,
P’la sua torpe
maneira.
A anoneira
resentiu
De se mudar de
dono,
E fadário seu
cumpriu,
E morreu dentro
de um ano.
Parece, enfim,
triste sonho,
O fim da roble anoneira,
Acabrunhado,
medonho,
Morreu a bela
fruteira!
Partiu na boca a
castanha
De quem a árvore
ia galdir.
O que é igual à
façanha
Do alheio na rua
faz despir.
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