O vento vai pelo palmar passando
Com voz de mando e o seu clarim de guerra,
Dobram-se os robles e sorriem sonhando
Que os rios do céu jorram sobre a terra.
O lodo é como pedra faiscando
E lume e lava todo o areal encerra...
Ah! Vento de monção, vai clangorando,
Vai ululando pelo mar e a serra.
Dir-se ia que és a voz de uma desgraça,
Ara do mal que sobre o mundo esvoaça,
Voz de Tigre que os berços sobressalta.
E contudo, meu Deus! É a tua fala
Que na leiva e árida a semente embala,
No pó hostil a vida imensa exalta.
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