Vem ó chuva
Trepidando
Em torrentes
Veio a chuva
Inundou os campos
Correu pelos campos
Dessedentou a terra
Germinou as sementes
Reviveu a várzea
Plantazinhas cresceram
Lavradores alegraram
Refreia-te um pouco, ó chuva
Deixa endurecer o lago
Aurear a espiga
O ouro entrarão em casa
Os lavradores comerão
Comerão os lavradores?
Como? Antes que levem
À boca a côdea
Virão demónios. Virão agentes
Para cobrar as dívidas
Do ano presente e do ano passado
De muitos anos atrás
Contas escritas em velhos livros
Compensação de três gerações
A várzea inundada
No tempo dos Ranes
Colheita perdida
Antes de saldar a conta
Outra inundação
Outra dívida
Dívida e juros
O meu avô morto
Antes de pagamento
Juros de dívida
E dívida de juros
Nos livros de contas do batcará
Caíram em peso
Sobre o peito do meu pai
E o mataram...
Antes que os juros daquela dívida
Rendessem mais juros
E incidissem sobre mim
O bisavó, o avô e o pai
Do batcará, já eram mortos
Hoje
Morreram todos os antepessados
Meus e os do meu batcará
Mas os livros de contas
De três gerações
Estão seguramente guardados
Nos cofres do batcará
Naqueles livros
Dívida e juros
Juros, de juros de dívida
Tem criado uma grande confusão
Um montão de dívidas
Nos livros do batcará
O agente do batcará
Ficará à minha porta
Ao tempo de colheita
Com uma longa folha de contas
Para arrecadar tudo
Arroz e palha
Os agentes levarão tudo
De que é que os lavradores viverão?
De que viverão os lavradores?
Se antes, os demónios
Tudo levarão?
Hão de partir tudo
Levar tudo...
Festa em casa do batcará
Lamentações em nossa
E lágrimas quentes dos meus filhos
Na canja fria...
Chuva vem de novo
Encher a lagoa de batcará
Para vangana
E chuva, vem
Vem na minha várzea
Só uma vez, meu amigo,
Para comigo chorar!
Trepidando
Em torrentes
Veio a chuva
Inundou os campos
Correu pelos campos
Dessedentou a terra
Germinou as sementes
Reviveu a várzea
Plantazinhas cresceram
Lavradores alegraram
Refreia-te um pouco, ó chuva
Deixa endurecer o lago
Aurear a espiga
O ouro entrarão em casa
Os lavradores comerão
Comerão os lavradores?
Como? Antes que levem
À boca a côdea
Virão demónios. Virão agentes
Para cobrar as dívidas
Do ano presente e do ano passado
De muitos anos atrás
Contas escritas em velhos livros
Compensação de três gerações
A várzea inundada
No tempo dos Ranes
Colheita perdida
Antes de saldar a conta
Outra inundação
Outra dívida
Dívida e juros
O meu avô morto
Antes de pagamento
Juros de dívida
E dívida de juros
Nos livros de contas do batcará
Caíram em peso
Sobre o peito do meu pai
E o mataram...
Antes que os juros daquela dívida
Rendessem mais juros
E incidissem sobre mim
O bisavó, o avô e o pai
Do batcará, já eram mortos
Hoje
Morreram todos os antepessados
Meus e os do meu batcará
Mas os livros de contas
De três gerações
Estão seguramente guardados
Nos cofres do batcará
Naqueles livros
Dívida e juros
Juros, de juros de dívida
Tem criado uma grande confusão
Um montão de dívidas
Nos livros do batcará
O agente do batcará
Ficará à minha porta
Ao tempo de colheita
Com uma longa folha de contas
Para arrecadar tudo
Arroz e palha
Os agentes levarão tudo
De que é que os lavradores viverão?
De que viverão os lavradores?
Se antes, os demónios
Tudo levarão?
Hão de partir tudo
Levar tudo...
Festa em casa do batcará
Lamentações em nossa
E lágrimas quentes dos meus filhos
Na canja fria...
Chuva vem de novo
Encher a lagoa de batcará
Para vangana
E chuva, vem
Vem na minha várzea
Só uma vez, meu amigo,
Para comigo chorar!