Eu esperava, esperava ver
Surgir diante dos olhos esfaimados
O prato abundante
E ante os lábios sequiosos
Correr o fio perene
Do leite vitalizante
E cores novas sorrirem
Na face do infante!
Eu esperava, esperava
O pão em fartura ver
Na arca daqueles abençoados
Que venderam os seus ricos quintais
Para alimentaram os desgraçados!
Eu esperava, esperava ver
Os novos se curvarem reverentes
Perante aqueles abnegados
Que ofereceram em holocausto
O conforto dos seus lares
E queimaram nas masmorras
O viço dos seus anos
E sujeitaram às torturas
Os seus corpos delicados
Para conservarem puras
E cintilantes as suas almas
Quando a liberdade raisse!
Resignado, sofri o açoite do dominador
Mas soltei gritos dilacerantes
Quando vi os irmãos de sangue
Dançarem alvoroçados
No palco da escravidão!
Eu esperava, esperava
Que um dia com juros pagariam
Os seus ciúmes os celerados,
Entretidos em encher
A algibeira do graúdo
E reduzir a miséria do mundo!
Eu esperava, esperava
Que um dia pagariam o frango
Os criminosos que à custa do mercado negro
Da sua vida fizeram um deleite
E o mate vermelho humedecido
Com o suor do operário
Converteram em oiro
E arrasando as cabanas
Ornaram de diamantes
Dos lares as deusas!
Eu esperava, esperava
Que punidos seriam
Os malfeitores que com o frio metal
Desfrutaram o calor das belezas alheias
E com a graça orvalhada do Governo
Sazonaram as suas searas
E, cego da opulência,
Tripudiaram sobre a humanidade
E com artes de berloques
Espezinharam os simples!
Derramamos o sangue das nossa veias
Para dar à terra-mãe a cor da vida!
Era sangue vivo ou água incolor
O que se derramou?
Pergunto eu.
Como poderei, com essas mãos
Que tentaram, um dia, derrubar
As muralhas de Aguada
Limpar hoje o calçado nojento
Do governante actual
Com o execrável fito de me locupletar?
O meu verbo cintilante
Desafiou o fio cortante da espada
Que pendia sobre a minha cabeça,
Como poderei com o mesmo verbo
Adular o poder assente
Na glória emprestada?
São de escravos as vossas mãos
Habituadas durante séculos
Às algemas metálicas!
As vossas almas engaioladas
Temem, senhores, ventos livres!
Infelizes, como podereis beber
A fortes goles o azul dos céus?
Um noite de trevas densas,
À luz ofuscante do relâmpago
Eu vi tremeluzir
A imagem do nosso futuro...
Eu esperava, esperava
Que essa visão, tornando-se realidade,
Sorriria, qual querubim célestem
Nos olhos e nos lares,
Nas alfaias do camponês
Nas coroas das palmeiras
E nas ondas do Oceano.
Esperava enfim,
Que a minha Goa
Despertara para a vidam
Acalentando o mesmo sonho
E enfiando as asas do futuro
E bebendo os raios do sol
E penetrando as nuvens da loucura,
Voaria altiva no céu azul
Qual águia vitoriosa.
Surgir diante dos olhos esfaimados
O prato abundante
E ante os lábios sequiosos
Correr o fio perene
Do leite vitalizante
E cores novas sorrirem
Na face do infante!
Eu esperava, esperava
O pão em fartura ver
Na arca daqueles abençoados
Que venderam os seus ricos quintais
Para alimentaram os desgraçados!
Eu esperava, esperava ver
Os novos se curvarem reverentes
Perante aqueles abnegados
Que ofereceram em holocausto
O conforto dos seus lares
E queimaram nas masmorras
O viço dos seus anos
E sujeitaram às torturas
Os seus corpos delicados
Para conservarem puras
E cintilantes as suas almas
Quando a liberdade raisse!
Resignado, sofri o açoite do dominador
Mas soltei gritos dilacerantes
Quando vi os irmãos de sangue
Dançarem alvoroçados
No palco da escravidão!
Eu esperava, esperava
Que um dia com juros pagariam
Os seus ciúmes os celerados,
Entretidos em encher
A algibeira do graúdo
E reduzir a miséria do mundo!
Eu esperava, esperava
Que um dia pagariam o frango
Os criminosos que à custa do mercado negro
Da sua vida fizeram um deleite
E o mate vermelho humedecido
Com o suor do operário
Converteram em oiro
E arrasando as cabanas
Ornaram de diamantes
Dos lares as deusas!
Eu esperava, esperava
Que punidos seriam
Os malfeitores que com o frio metal
Desfrutaram o calor das belezas alheias
E com a graça orvalhada do Governo
Sazonaram as suas searas
E, cego da opulência,
Tripudiaram sobre a humanidade
E com artes de berloques
Espezinharam os simples!
Derramamos o sangue das nossa veias
Para dar à terra-mãe a cor da vida!
Era sangue vivo ou água incolor
O que se derramou?
Pergunto eu.
Como poderei, com essas mãos
Que tentaram, um dia, derrubar
As muralhas de Aguada
Limpar hoje o calçado nojento
Do governante actual
Com o execrável fito de me locupletar?
O meu verbo cintilante
Desafiou o fio cortante da espada
Que pendia sobre a minha cabeça,
Como poderei com o mesmo verbo
Adular o poder assente
Na glória emprestada?
São de escravos as vossas mãos
Habituadas durante séculos
Às algemas metálicas!
As vossas almas engaioladas
Temem, senhores, ventos livres!
Infelizes, como podereis beber
A fortes goles o azul dos céus?
Um noite de trevas densas,
À luz ofuscante do relâmpago
Eu vi tremeluzir
A imagem do nosso futuro...
Eu esperava, esperava
Que essa visão, tornando-se realidade,
Sorriria, qual querubim célestem
Nos olhos e nos lares,
Nas alfaias do camponês
Nas coroas das palmeiras
E nas ondas do Oceano.
Esperava enfim,
Que a minha Goa
Despertara para a vidam
Acalentando o mesmo sonho
E enfiando as asas do futuro
E bebendo os raios do sol
E penetrando as nuvens da loucura,
Voaria altiva no céu azul
Qual águia vitoriosa.
No comments:
Post a Comment