A próposito do artigo do ilustre co-editor deste jornal Sr. Dr. Carmo Azevedo, sobre as “Castas e classes na sociedade goesa”, vem o Dr. A. A. Bruto da Costa, por quem nutro grande consideração pela coragem e desassombro com que combateu os desmandos e as prepotências durante a ditadura de Salazar, com um artigo “Os Costas e as castas” (30/07/1975). Estou escrevendo em marata uma história de Goa sobre a ditadura de Salazar e é forçoso confessar que o nome do Dr. A. A. Bruto da Costa ocupa um lugar dominante.
O Dr. Bruto da Costa diz que os Costas combateram as castas, mas não diz a que casta pertenceram os Costas. O Dr. Ghurya, eminente historiador e sociólogo indiano, no seu livro “Caste e Class”, diz o seguinte: “Caste is an endogamous group. Endogamy is the summary of caste system. Endogamy is a rule of marriage. It prescribes close in-marriage i.e. marriage within the group. A person of a particular caste or sub-caste. A Brahmin was expected to marry a daughter of a Brahmin and within the Brahmin community; a person of sub-caste for example, a Saraswat was expected to marry a daughter ofa Saraswat. Marriages outside the caste were not only forbidden but also the descendents of such persons were considered casteless and debarred from caste membership”.
Esta é a opinião unânime de todos os historiadores indianos. Ainda Megasthenes, que viveu na Índia na antiguidade, escrevia o mesmo. O Sr. J. J. Da Cunha no seu livro a “Nossa Terra” (Estudos Económicos Financeiros, Sociais e Internacionais). Volume II, p.g. 252, diz que os Costas de Margão são indo-africanos e como não eram puros brâmanes não foram admitidos na Confraria de Deus Espírito Santo de Margão, que era exclusivista. Isso é o que dizem os historiadores.
Vamos agora à sociologia na prática. Diz o Sr. Dr. Bruto da Costa que o seu bisavó, Constâncio Roque da Costa “deixava escrito do próprio punho o seu testamento, datado de 8 de Fevereiro de 1882, em que fazia esta recomendação: “que a sua filha Leopoldina (única nascida até então entre as filhas) devia casar “com pessoa análoga à sua qualidade e a seu contento e SEM ATENÇÃO À CASTA porque não reconheço outra a do MÉRITO e PROBIDADE e reputar-se-á como ingrato qualquer dos meus herdeiros que contestar esta minha paternal disposição”
O que é interessante saber é quantos Costas teriam casado fora da casta “comungando nas ideias” dos seus ascendentes? Não haveria entre membros doutras castas pessoas de “mérito e probidade”, “aptidão”, “talentos e virtudes examplares”! Dizem-me que recentemente (não “nos séculos de ignorância e despotismo”) uma descendente dos Costas quis casar com um chardó “de mérito e probidade” mas houve forte oposição da família e só devido à insistência da rapariga o casamento se realizou! Uma outra descendente dos Costas, que tinha um namoro com um seu companheiro de colégio foi afastada, pelos pais, do rapaz de “talento e virtudes exemplares” só porque este era um “crioulo”.
Diz o sociólogo americano Loland E. Honsiz que na Índia todos os políticos e reformadores sociais proclamam aos quatros ventos que não acreditam nas castas mas quanda chega a hora de dar de casar seu filho ou filha, a primeira coisa que procuram saber é a casta do futuro genro ou nora!
O Dr. Bruto da Costa diz que os Costas combateram as castas, mas não diz a que casta pertenceram os Costas. O Dr. Ghurya, eminente historiador e sociólogo indiano, no seu livro “Caste e Class”, diz o seguinte: “Caste is an endogamous group. Endogamy is the summary of caste system. Endogamy is a rule of marriage. It prescribes close in-marriage i.e. marriage within the group. A person of a particular caste or sub-caste. A Brahmin was expected to marry a daughter of a Brahmin and within the Brahmin community; a person of sub-caste for example, a Saraswat was expected to marry a daughter ofa Saraswat. Marriages outside the caste were not only forbidden but also the descendents of such persons were considered casteless and debarred from caste membership”.
Esta é a opinião unânime de todos os historiadores indianos. Ainda Megasthenes, que viveu na Índia na antiguidade, escrevia o mesmo. O Sr. J. J. Da Cunha no seu livro a “Nossa Terra” (Estudos Económicos Financeiros, Sociais e Internacionais). Volume II, p.g. 252, diz que os Costas de Margão são indo-africanos e como não eram puros brâmanes não foram admitidos na Confraria de Deus Espírito Santo de Margão, que era exclusivista. Isso é o que dizem os historiadores.
Vamos agora à sociologia na prática. Diz o Sr. Dr. Bruto da Costa que o seu bisavó, Constâncio Roque da Costa “deixava escrito do próprio punho o seu testamento, datado de 8 de Fevereiro de 1882, em que fazia esta recomendação: “que a sua filha Leopoldina (única nascida até então entre as filhas) devia casar “com pessoa análoga à sua qualidade e a seu contento e SEM ATENÇÃO À CASTA porque não reconheço outra a do MÉRITO e PROBIDADE e reputar-se-á como ingrato qualquer dos meus herdeiros que contestar esta minha paternal disposição”
O que é interessante saber é quantos Costas teriam casado fora da casta “comungando nas ideias” dos seus ascendentes? Não haveria entre membros doutras castas pessoas de “mérito e probidade”, “aptidão”, “talentos e virtudes examplares”! Dizem-me que recentemente (não “nos séculos de ignorância e despotismo”) uma descendente dos Costas quis casar com um chardó “de mérito e probidade” mas houve forte oposição da família e só devido à insistência da rapariga o casamento se realizou! Uma outra descendente dos Costas, que tinha um namoro com um seu companheiro de colégio foi afastada, pelos pais, do rapaz de “talento e virtudes exemplares” só porque este era um “crioulo”.
Diz o sociólogo americano Loland E. Honsiz que na Índia todos os políticos e reformadores sociais proclamam aos quatros ventos que não acreditam nas castas mas quanda chega a hora de dar de casar seu filho ou filha, a primeira coisa que procuram saber é a casta do futuro genro ou nora!
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