Setembro, mês encantador por excelência, é para o goês o período de tempo em que as espigas louras, que madeixas queridas de alguma Madalena, ondeiam ao sabor dos ventos e amadurecem lentamente sob a acção benéfica dos raios solares.
Quando a colheita se aproxima, o agricultor exulta de alegria, pois já não há de sofrer privações nem fome.
A seara apresenta bom aspecto e eis tudo para ele. Manhã cedo, quando rubra aurora ainda se esconde no horizonte, hesitante e prometedor, alguns homens musculados de troncos espadaúdos, cor de azeviche/azevinho, a que o vulgo chama begarins, acompanhados de uma fila de mulheres e raparigas, um rancho de Evas roliças, dirigem-se para a várzea. Lá, foices na mão por entre o canto harmonioso e terno de mandós e dulpodas, ceifam, isto é cortam as espigas que montoados num lugar serão transportadas pelos homens até a eira, onde segue a debulha por um grupo de bois andando sempre à roda e a espiga deixa cair o doirado bate que é levado em cestos para casa do agricultor.
A ceifa, de índole nativa tão original, tão pitoresca, foi cantada por Floriano Barreto em estrofes maviosas que lembram o murmúrio doce e acariciante das manilhas nos punhos das encantadoras ceifeiras.
Natureza bravia, viço, encanto, poesia, tudo se junta nas várzeas. Ali brotam os primeiros anseios de amor. “O amor ao ar livre, na solidão imensa do campo”, de que nos fala Júlio Diniz nas “Pupilas” e Walter Scott na “Dama do Lago” tem a dignificá-lo a sinceridade, franqueza, nobreza de conduta do carácter e ainda o modo de sofrer. É aí que o amor – esta palavra mágica cantada pelos poetas e prosadores de todos os tempos como faísca electrizante da vida – tem a sua mais elevada expressão.
Em noites luarentas, enquanto o grilo com o seu zumbido estridente irrita o agricultor, rapazes e raparigas, cestos à cabeça, em franca conversa, alicerçam sob bases sólidas o seu futuro lar sem convencionalismos nem enredos caprichosos a entorpecer a beleza do seu sonho...
No conhego remansoso do seu “Lar”, ele, o agricultor em simples e modesta festinha, reúne toda a sua família e expande-se de alegria. E por meses fora, ele renova a sua intensa labuta, com um sorriso franco a bailar nos lábios e um celeiro farto na sua modesta casinha.
Depois de labuta insana e pesada de três meses, a maior parte dos jovens, goza as férias de Setembro na inebriante poesia das suas aldeias. Aproveitamos estes poucos dias em que os livros se espreguiçam languidamente nas pastas e aproximemo-nos com ele que, no esquecimento longínquo da várzea, Grangeia o suficiente para o seu viver e doutros, e ergue preces clamorosas ao Senhor pela bendita dádiva de Setembro.
Quando a colheita se aproxima, o agricultor exulta de alegria, pois já não há de sofrer privações nem fome.
A seara apresenta bom aspecto e eis tudo para ele. Manhã cedo, quando rubra aurora ainda se esconde no horizonte, hesitante e prometedor, alguns homens musculados de troncos espadaúdos, cor de azeviche/azevinho, a que o vulgo chama begarins, acompanhados de uma fila de mulheres e raparigas, um rancho de Evas roliças, dirigem-se para a várzea. Lá, foices na mão por entre o canto harmonioso e terno de mandós e dulpodas, ceifam, isto é cortam as espigas que montoados num lugar serão transportadas pelos homens até a eira, onde segue a debulha por um grupo de bois andando sempre à roda e a espiga deixa cair o doirado bate que é levado em cestos para casa do agricultor.
A ceifa, de índole nativa tão original, tão pitoresca, foi cantada por Floriano Barreto em estrofes maviosas que lembram o murmúrio doce e acariciante das manilhas nos punhos das encantadoras ceifeiras.
Natureza bravia, viço, encanto, poesia, tudo se junta nas várzeas. Ali brotam os primeiros anseios de amor. “O amor ao ar livre, na solidão imensa do campo”, de que nos fala Júlio Diniz nas “Pupilas” e Walter Scott na “Dama do Lago” tem a dignificá-lo a sinceridade, franqueza, nobreza de conduta do carácter e ainda o modo de sofrer. É aí que o amor – esta palavra mágica cantada pelos poetas e prosadores de todos os tempos como faísca electrizante da vida – tem a sua mais elevada expressão.
Em noites luarentas, enquanto o grilo com o seu zumbido estridente irrita o agricultor, rapazes e raparigas, cestos à cabeça, em franca conversa, alicerçam sob bases sólidas o seu futuro lar sem convencionalismos nem enredos caprichosos a entorpecer a beleza do seu sonho...
No conhego remansoso do seu “Lar”, ele, o agricultor em simples e modesta festinha, reúne toda a sua família e expande-se de alegria. E por meses fora, ele renova a sua intensa labuta, com um sorriso franco a bailar nos lábios e um celeiro farto na sua modesta casinha.
Depois de labuta insana e pesada de três meses, a maior parte dos jovens, goza as férias de Setembro na inebriante poesia das suas aldeias. Aproveitamos estes poucos dias em que os livros se espreguiçam languidamente nas pastas e aproximemo-nos com ele que, no esquecimento longínquo da várzea, Grangeia o suficiente para o seu viver e doutros, e ergue preces clamorosas ao Senhor pela bendita dádiva de Setembro.
No comments:
Post a Comment