(Ana Fonte – Rica e Velha Fonte Marganense que me banhou em pequeno)
Que doce encanto e que infinita graça
Tem essa fonte, santa sem altar!
Parece velha mãe sempre a cantar
Suave, terna, ao filho se que passa.
Nívea candura por ela perpassa,
O negro mal não vai nela pairar
Dia e noite o seu canto é um rezar
Que Deus escuta e dá-lhe tanta graça.
Que bendita mãe sempre a nos palrar!
Alegre em nos ver, dá-nos a sua água
Para beber e até para lavar.
E, não tendo mais nada para dar,
Encobre, coitadinha, a sua mágoa
E põe-se mui terna a cantar, cantar...
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