Poesia, escrita pelo Autor aos 17 anos, provavelmente quando partia para Portugal: “Com a ingenuidade própria dos verdes anos, e muito em segredo, transmitiu ao papel os anseios de vida amorosa que lhe desabrocharam na alma. Numa exaltação romanesca, pôs em verso as primeiras experiências sentimentais, que tanto se nutriam de grandes esperanças como de pequenas desilusões. E uma vez que se picou nos espinhos de certa rosa, deixou correr o fio de inspiração, temperando-o com azedume nestas graciosas redondilhas (Lúcio de Miranda)
Deus, logo que fez as flores,
Parou e pôs-se a cismar...
- Falta a flor dos meus amores.
Vou outra flor inventar.
Colheu lírios e boninas,
Rosa... cravo e malmequer,
Mogarins, zaiôs e cravinas...
E fez de tudo a mulher.
Viu, porém, que a nova flor
Era a que mais graça tinha
Disse, então, cheio de amor:
- Não és só flor, és rainha!
Pôs-lhe na fronte a pureza,
Na boca um terno sorriso,
No coração a firmeza...
Esqueceu dar-lhe... juízo.
Deus, logo que fez as flores,
Parou e pôs-se a cismar...
- Falta a flor dos meus amores.
Vou outra flor inventar.
Colheu lírios e boninas,
Rosa... cravo e malmequer,
Mogarins, zaiôs e cravinas...
E fez de tudo a mulher.
Viu, porém, que a nova flor
Era a que mais graça tinha
Disse, então, cheio de amor:
- Não és só flor, és rainha!
Pôs-lhe na fronte a pureza,
Na boca um terno sorriso,
No coração a firmeza...
Esqueceu dar-lhe... juízo.
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