Friday, 10 February 2012

Laxmanrao Sardessai - Eu Canto a Sua Glória (1966)

Chove a cântaros e sopra rijo,
Arvores frágeis caem,
Rios de água rubis correm pelas ruas,
O céu turvo solta bramidos constantes,
E a louca chuva varre a superfície da terra
E tudo está envolto numa nevosa densa.
Aves e animais recolhem
Aos seus asilos quietos,
Voam os telhados das casas,
Os ramos das árvores
Se estorcem em doída fúria,
Os homens tremem
Envoltas nas trevas;
Um deles balbucia
“Meu filho partiu hoje
De avião para Europa”.
Lamuria o segundo:
“O barco da mina mercadora
Está em perigo”.
O terceiro chora:
“Ainda não fiz
A colheita de cebolas”.
O quarto diz:
“Está estragada
A cultura da minha pimenta”.
O quinto queixa-se:
“Maldita chuva!
Não posso sair
Que a rua está lamacenta
E o meu calçado ficará sujo”.
Só eu folgo com esses êxtases da Natureza
E, de corpo e alma,
Participo na sua dança violenta
E canto a sua glória.

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