Ó Terra de mim sonhada
Em meus sonhos encantados,
Reis e sultões, em cobiça ardendo,
E de tesouros sem fim carregados,
- Hostes imperiais, enlouquecendo,
Da raça do tigre,
Fio nos aços, adagas no olhar,
Em pó envoltos de uma longa estrada,
Te vinham à porta bater!
Formosa Noiva, frágil, solitária,
Foste por eles cobiçada!
E, de Além-mares,
Ébrios da tua fama,
E ávidos de te ver,
Marinheiros que à Morte
Rente navegavam, sem a temer,
- Impávidos triremes, caravelas,
Ao vento afeitos e ao mar,
Ao sol e às estrelas
Te vieram as praias adorar!
Bela princesa, rica e decantada
Foste por eles cobiçada!
Ó velho ninho meu, que de um a serra,
E, do outro lado, o mar recorta,
- Tecido do berilo das colinas,
Que são deusas,
E dos cristais dos rios.
Que são baladas,
Não ouves agora, não,
Já de novo bater à tua porta,
E por ti gritar também,
Do Gigante a voz, como o trovão?...
Mas sossega!... Ninguém!
Vinda de Além-Gates,
E só a Cobiça que de novo bate.
E não
A Razão!
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