Estando entretido no seu jogo de xadrez, um Maharajá viu aparecer o seu criado predilecto, todo aflito, que lhe disse:
“Maharajá, estou com medo, vejo-me perseguido por três homens que me querem matar. Por favor, autorize-me a levar o cavalo mais veloz de Vossa Majestade!”
“Quem é que te ameaça? E para onde pensas fugir? Estás maluco? Enquanto eu esteja vivo... hum!”, disse o rei com desprezo, “Ninguém te fará mal”
“Majestade, vou para Bagdad, tenho lá minha família”, respondeu o criado.
“Bem, podes levar o cavalo quando quiseres!... Mas quem é que se atreve a ameaçar-te? Eu quero ver isso!...
O criado não esperou nem um segundo; quando viu que o Maharajá lhe tinha concedido a autorização correu como uma flecha. E, enquanto o Maharajá procurava descobrir os perseguidores para os castigar, já ele marchava a toda a brida a caminho de Bagdad.
O rei, porém, irritado com os malfeitores, interrompe o seu jogo, olha para fora e vendo os três homens, que procuram esconder-se, pergunta-lhes:
“Ó malditos, porque é que vocês perseguem o meu simpático criado?... Pois isso vai-lhes sair caro!”
“Desculpe-nos, Senhor Maharajá, somos agentes às ordens do Yamadeu, ministro do Deus da morte, e viemos cá saber o motivo de demora do seu criado, cujo encontro está marcado para hoje em Bagdad, daqui a meia hora! E a demora dele prejudicava o nosso serviço regular” respondeu um dos homens.
“Quê?... Não compreendo!...” gritou o Maharajá muito irritado, e puxando da pistola disparou um tiro. Mas qual não foi o seu espanto quando viu que nenhum deles tinha sucumbido ao seu tiro, mas todos três tinham desaparecido bruscamente!
Aborrecido e desconfiado o Maharajá continuou o seu jogo, porém, perdera a calma!
Daí a uma hora surgiu um homem de Bagdad trazendo-lhe a infausta notícia da morte do seu predilecto criado que por marchar com excessiva velocidade saltará do cavalo e tinha morrido da queda.
O rei mordeu os lábios e meneou a cabeça. Com um medonho suspiro manifestou que agora já estava a perceber o que os Yamadutas, agentes de Deus Yama, diziam, e murmurou: O DESTINO LEVA.
(adaptação)
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