Nossos Heróis
Que fizeram a revolução
E dela arrancaram
A emancipação
Não são aqueles
Que hoje vemos,
Uns atrás da riqueza,
Outros atrás do poder,
Outros ainda cevando
Ódios e paixões!
Não são aqueles
Que da plataforma elevada
Gritam e exortam
E da coragem
Fizeram arma
Para practicar
Toda a podridão!
Coragem!
Tem-na
E em abundância
Os ladrões
E os salteadores
Mas nem por isso
São heróis!
Eles pelo menos
São sinceros
E os nossos heróis
Criminosos e hipócritas!
Porque usaram
Da sua coragem
E dela fizeram
Arma decente
Para iludir a gente
Para aniquilar a gente
Gente que eram os seus irmãos!
Heróis são
Os que desconhecemos,
Os que tombaram
Nas matas e nos montes,
Sob balas inimigas
Ou nas prisões,
Esquecidos,
Ignorados,
Como cães,
Mortos na rua,
Sem haver
Quem cubra
Uma vez, por ano
As suas sepulturas
Não com rosas e dálias
Mas, com flores silvestres
Que abundam nas matas e nos montes!
Eles, pobres
Tinham coragem
E tinham em casa
Mães e filhos!
E em sua companhia
A pobreza fria!
Eles, nobres
Não quiseram
Poder e fama,
Porque eram
Ignorantes,
Inocentes,
O goês, teus heróis
Não são aqueles
Que nas cidades
Passeiam radiantes
E raro descem
Para as aldeias
Para consolarem
Mães, filhos
Daqueles jovens
Que jazem
Nos campos e montes
Nas sepulturas ermas
As vidas de flores
As vidas das lembranças
Desses heróis grandes
Que ganharam fama e gloria
À custa desses mártires pobres!
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