És a um tempo, esplendor e sepultura
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trem e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo
Amo-te, ô rade e doloroso idioma,
Em que da voz maternal ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no seu exílio
O génio sem ventura e o amor sem brilho!
No comments:
Post a Comment