Sou o infeliz dos infelizes.
Disseste-me ontem: “tenho tantos amigos…"
“Quantos? Dez?... Vinte?... Trinta?...”
“Muito Mais” tu respondeste.
Ah meu senhor! Porque criaste no mundo
Essa criatura em que abunda
Tamanha afeição para dar a todos,
Como uma fonte de água perene,
Que, enquanto, corre, cresce
E fecunda várzeas e palmeirais e arecais…
Transporte no seu seio inúmeros bateis
E ao Sollevanta, em eflúvios etéreos,
Preces que sobem aos Céus,
Os ais cânticos dos Santos
Mas esquece cruelmente...
O rochedo áspero e cálido
Que está postado no alto da margem,
Em atitude piedosa, desolada,
Semelhante a um rishi antiga,
A infligir-se torturas,
Durante séculos, meu Deus!
E tão perto dessa corrente clara...
... Cantante... terna... benfazeja...
Mas tão cruel para com o infeliz rochedo,
Exposto às intempéries da Natureza...
Durante anos... Durante séculos...
Sem merecer uma só gola dessa imensidade,
Cristalina, generosa,
Eu sou o rochedo, o teu maior inimigo.
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