A Vassanta Colvalcar
Flor da lama e do vício, arremessada
No imenso e turvo mar de Desventura
A Filha de Ninguém – triste enjeitada
Para matar a fome fez-se impura...
Vinte anos! Mas beleza já fanada
O olhar mortiço, os lábios sem frescura
Qual farrapo rolando pela estrada
Aos pontapés da gente, em noite escura
Um dia, para uma hora de pecado
Um homem – Ó cinismo atroz do Fado –
A procurara... Mas... – Não posso, Vai!
(Dissera ela com ódio, com sarcasmo)
- Tu, maldito, que me olhas cheio de pasmo,
Culpa tens do que sou, pulha! És meu pai!
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