Quando o espírito anda doente
E do medo é vitima a mente,
Quando a mesma cadeia do passado
Traz o nosso futuro encadeado –
LIBERDADE? ISTO NÃO É LIBERDADE!
Quando verdadeiros demolidores
São saudados como benfeitores,
Quando à sua porta acorrem,
Pedindo benesses, homens de bem –
LIBERDADE? ISTO NÃO É LIBERDADE!
Quando indefinidos camaleões
Mudam de cor segundo as ocasiões,
E, por amor dos votos, açulam as multidões,
Excitando as mais ignóbeis paixões –
LIBERDADE? ISTO NÃO É LIBERDADE!
Quando incônscios e infiéis escritores
Envenenam a alma dos leitores,
E, deturpando habilmente a verdade,
Tornam atraente a falsidade –
LIBERDADE? ISTO NÃO É LIBERDADE!
Quando massas amorfas e escravizadas
Beijam os pés que as trazem amachucadas,
E não se pejam de entoar louvores
Para honrar e adular os seus opressores –
LIBERDADE? ISTO NÃO É LIBERDADE!
Quando os valores próprios são deprezados
E só alheios tesouros altamente estimados,
Quando refugiando-se à sombra de estranhos,
Se busca com afã o poder, o mando –
LIBERDADE? ISTO NÃO É LIBERDADE!
Quando só o deus ventre é adorado
E não passa de irrisão o trabalho sacrificado,
Quando se erige em norma não se comprometer
Para, à custa de outrem, paratisicamente viver –
LIBERDADE? ISTO NÃO É LIBERDADE!
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